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O ridículo no clown

Fazer sorrir é a arte do clown. Ele faz sorrir com o diferente, fora do normal, com o que todos escondem, mas que todos temos dentro de nós.
Fazer rir com uma linguagem não verbal , é um aprendizado que nos possibilita sonharmos com relações melhores do que as que temos hoje em nosso tempo.
O clown, é o ser do nosso mundo que nos mostra que não precisamos esconder nosso ridículo, pois no caso do Clown é o ridículo que permite que ele se relacione com o mundo (texto de Mario Mariano, aluno da disciplina em 2007 ).

Um comentário:

Anônimo disse...

Sobre a dificuldade de olhar nos olhos (e a regra número única, além de outras coisas...)

Entre um exercício e outro nessas duas primeiras aulas (tô contando só as práticas,sem a apresentação)foram surgindo algumas questões que, às vezes, me passam pela cabeça ao longo do dia. Uma delas (que, neste momento, surge com uma "exigência" fundamental do modo de vida do clown) diz respeito a necessidade de olhar nos olhos. É engraçado - pelo menos pra mim, já que estou num processo de "aprender a rir de mim mesmo", de não me levar muito a sério, essas coisas - perceber o quanto é difícil olhar nos olhos dos outros (!) Eu percebi isso (me percebi, no caso) em três situações distintas: Em primeiro, na hora em que foi "desvendado" - mostrado - como o clown "olha" (a regra número única veio depois desse desvendar...). Cara, esse negócio é mesmo poderoso! Senti mais ou menos como se eu conseguisse ver, com a ajuda desse olhar, o que se passava no íntimo dos participantes do grupo... Não é nada psicológico. É totalmente sentimento, o que me faz não conseguir explicar com palavras... Senti, em consequência disso, o tamanho do compromisso que há nesse olhar. Me senti exposto, mais ou menos como se eu andasse num dia de chuva e frio somente de camiseta e o vento me cortasse... O clown olha para tudo, e tudo olha para o clown... é mais ou menos isso. Em um segundo momento, ainda na mesma aula, me senti bem estranho quando foi dito para nos cumprimentarmos como se nós já nos conhecêssemos, como se tivéssemos encontrado alguém conhecido em um aeroporto na Rússia... Foi a mesma sensação de medo, só que dessa vez em relação ao grupo, à minha adaptação ao grupo. Eu sou do tipo que "se você me der uma opinião, me faz um favor, e se não me der essa opinião, me faz dois favores". É complexo... Em um terceiro momento, foi na aula de ontem (25/03) em que foi pedido para "imitarmos mobílias e eletrodomésticos". Fizemos em grupos de quatro pessoas e rolou aquele lance da "opinião de grupo", do que fazer. Esse é um grande teste pra mim, pois estou acostumado a 'deixar os outros decidirem por mim". Isso é bem cômodo, e mexer com qualquer coisa que está acomodada causa, no mínimo, estranheza... Envolve encarar que nem sempre minha opinião é a melhor, e principalmente, o medo de não haver concordância - o medo do conflito, pra ser mais exato...
Resolvi "postar" um pouquinho das minhas impressões pra mostrar que não sou de ferro não ,e se, às vezes, alguém olhar pra mim e ver que estou com "o peito estufado e com pose de mal", é porque, no fundo, estou morrendo de medo...
Estou no caminho, senhoras e senhores... Keep walking.
Kisses and goodbye!