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Uma quase e temporária despedida



Iniciamos o penúltimo encontro da disciplina com o aquecimento já descrito em publicações anteriores: atores ampliando a autopercepção e sendo guiados pela viagem às montanhas, passando pelo riacho e adentrando o castelo em busca do nariz vermelho. Ana fez o ritual de passagem do “mundo dos humanos” para o “mundo dos palhaços” e alertou a todos para sempre se lembrarem de sua voz, de sua condução, antes de utilizarem as máscaras (narizes vermelhos).

O exercício inicial consistia em observar a tudo e a todos, como o ambiente em que estavam e detalhes que normalmente não prestam atenção. Posteriormente Ana pediu que cada Clown se apresentasse e sugeriu que exagerassem nos gestos e na voz, favorecendo o desenvolvimento de um bordão de apresentação. Cada um ali tinha uma maneira única de se expressar: Mandy mostrava dois dedos quando apresentava “Chicabell ComdoisL’s”, Júlia acariciava as sobrancelhas quando dizia “Jujuboxexas Kixarme” e Antônio tossia antes de apresentar-se “Xampúsquio” - apenas para citar alguns exemplos. 

A próxima atividade foi a de imaginar um pincel em diferentes partes do corpo e escrever/pintar seus nomes. Não sei se os participantes tem consciência, mas quando o clown “chega”, com estado e caracterização, tudo parece automaticamente cômico aos olhos de quem vê: o simples exercício de escrever seus nomes com diferentes partes do corpo revelava matizes de expressividade cômica muito interessantes.

Logo em seguida, os alunos experimentaram com mais afinco suas caminhadas cômicas e exercitaram a performance de suas emoções como alegria, tristeza, vergonha, raiva. Prosseguindo com a proposta, Ana recomendou exercitarem essas emoções entrando e saindo de cena: entrando feliz e saindo triste ou entrando com raiva e saindo com tom de sedução, por exemplo. 

O exercício ganhou novas proporções quando ao som de uma música animada, Wuo propôs aos alunos realizarem a “dança das emoções”, exigindo que eles explorassem essas possibilidades. Na sequência, ela elencou os alunos em duplas e estes deveriam comunicar-se sem a utilização do verbo (em português). Cada um, com uma forma única de utilização da fala, deveria estabelecer uma comunicação com sua dupla explorando essas emoções anteriormente citadas. Era hilário e inusitado presenciar suas performances. 

Depois, Ana propôs que todos criassem seus eletrodomésticos com alguma inovação tecnológica, na verdade os alunos seriam esses equipamentos: Magrilindo foi o primeiro: uma batedeira que toca música; Logo depois, Xampúsquio: um liquidificador à manivela, Jujuboxexas: máquina de água que faz milk shake de água; Mimim Duim: Lava-pratos com língua (e seca com o sovaco), Chicabell: Liquidifica(dor) que consola e aconselha; Abrabinha Pintosa: Espremedor que canta “Laranjas e bananas” da Xuxa.



O próximo passo era criar uma cena de como era o café da manhã deles utilizando o eletrodoméstico. O mais engraçado era que os palhaços se mostraram sujeito e objeto de sua própria ação. Eles eram os usuários dos eletrodomésticos que eram a si próprios. Todos mostraram uma rotina matinal cômica que tiveram apenas 5 minutos para desenvolver.

Wuo finalizou a sequência de exercícios com uma dublagem que também revelou novos matizes da comicidade: alguns replicavam a parte instrumental da música, outros se metiam na performance do colega e fazia parte do coro, alguns dançavam, outros exageravam nas caras e bocas. 


Lista das músicas utilizadas:

- Xampúsquio (Antônio): Somebody to Love

- Jujuboxexas Kixarme (Júlia): Reza A Lenda - Dnaipes

- Abrabinha Pintosa (Lis): Don’t Cha - Pussycat Dolls

-Mimim Duim (Gracce): Wilkommen - Cabaret

- Chicabell ComdoisL (Amanda): Hot n cold- Katy Perry

-Magrilindo (Mateus): Isso quer dizer que você gamou


Encerramos o encontro mais uma vez deixando palavras latentes que expressassem o encontro do dia. 


Gracce: Leveza

Juju: Evolução

Antônio: Cansado

Mandy: Orgânico

Ana: Encantamento

Lis: Desafio

Mateus: Sabonete

Hudson: amor


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