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Mais melão do que cólico



Iniciamos o encontro e todos os participantes já estavam devidamente caracterizados. O aquecimento deu largada com uma pergunta: “Vocês já repararam como é a pisada de vocês de acordo com o calçado que vocês usam? Se um lado gasta mais…” Ana alertou para a importância da percepção sobre a pisada de cada um e essa pergunta disparou novamente a viagem de volta para a montanha. 

De olhos fechados, todos deveriam ter em mente a imagem da tela branca que depois viria a se tornar o caminho da floresta. Ana cantava toda a descrição: pelo caminho um peixinho e uma borboleta. Batendo as asas, o inseto conduziu todos ao castelo onde se concentra a pérola luminosa vermelha. 

“Sente uma coceirinha no umbigo e uma vontade de rir… uma vontade de rir de você mesmo”, orientava Wuo. Aos poucos foi possível ver cada um sorrindo de maneira mais ou menos sutil. E o riso deveria passear por diferentes partes do corpo: coluna, pés, joelhos, olhos.

O próximo passo seria tentar levantar, buscando diferentes pontos de apoio e equilíbrio. Posteriormente, investigariam diferentes formas de andar e assim o fizeram. Mandy saltitava rapidamente pelo cômodo, Lis de deslocava movimentando os cotovelos em demasia, Mateus caminhava de maneira inusitada quase sem sair do seu eixo, Julia caminhava com passos curtos trazendo a referência de Chaplin ao meu imaginário, Gabriel travava os quadris e os cotovelos como se abotoasse um paletó e maneira pomposa, Antônio parecia patinar a passos largos, Lucia balançava o tronco, fazendo com que suas “chuquinhas” no cabelo ricochetessem no ar. Aos comandos de Ana, todos iam experimentando novas características em suas caminhadas. 

Ana pediu para que cada um mostrasse, dos tipos de caminhada investigada, quais haviam gostado mais. Assim, eles compartilharam com todos, sua caminhada escolhida. Posteriormente, Ana pediu para que todos nomeassem suas “matrizes”, suas caminhadas. 

Mandy - Reboladinha; Gabriel Gracce - Península; Mateus - Walking on Sunshine; Júlia - Quadril muito doido; Antônio - Não pode pisar nas listras brancas que estão em zigue zague; Ximia - Casita Feliz; Lisandra - Cambalisa.



Depois Ana encarregou-se do nascimento clownesco de Lis -repetindo o ritual da semana passada, retomando o caminho da montanha e o encontro com a pessoa especial que há muito tempo não se vê. O batismo ocorreu depois da passagem pelo portal e do padrinho Magrilindo e a mãe Caixinha cantando “Ciranda, cirandinha” para recebê-la. 

Recebemos nossa irmã caçula - Pintosa - com muita alegria. Lis reforçou não ter gostado muito do seu nome. Perguntada se gostaria de ganhar um segundo nome, ela respondeu que sim, expressando felicidade. A Brabinha Pintosa : esse foi o nome a que deixou satisfeita. 

Outra grata surpresa foi a presença de Rômulo Santana Osthues - Ator, Palhaço e Pesquisador - que foi recebido com entusiasmo e aplausos. Todos os palhaços se apresentaram e logo em seguida Rômulo contou-nos sobre sua experiência artística como clown. Uma das partes que mais me marcou foi quando ele disse que seu clown - o  melãocólico - começou a apresentar-se de uma maneira mais melancólica, menos simpática e que isso foi mudando no decorrer de sua trajetória. Hoje ele se vê mais “melão” do que “cólico”.

Após relatar um pouco do seu percurso, mostrou-nos imagens e vídeos disponíveis em plataformas como facebook, instagram e até mesmo a própria webpage dele “O quintal de fulana e melão”


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